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Os fantásticos mini monstros marinhos [Nudibrânquios]

Escrito por William Santos | segunda-feira, 20 de agosto de 2012 | 20:43

Monstros, coloridos, que cabem no bolso e podem matar qualquer um que se aproxime sem fazer muito esforço. Não é de nenhum mangá infanto juvenil que estas criaturas foram tiradas. Elas não são fruto da imaginação de nenhum nerd nipônico, não. Elas são reais, são mini monstros de verdade, e podem ser mais perigosos do supõe quem as vê pela primeira vez.

Feinhos, mas ao mesmo tempo encantadores ao exibir formas e cores incríveis, estes animaizinhos marinhos são conhecidos por lesmas, lebres ou borboletas marinhas. Na real, são nudibrânquios. E existem mais de 3000 espécies destes bichos nadando nos mares por ai.

Venenosos ao extremo, estes animais possuem a curiosa capacidade de acumular toxinas perigosas ao se alimentarem de outros animais que produzem veneno. Sim, nem todos são os produtores de seu próprio veneno, alguns absorvem veneno de outros animais, e o acumulam em seu organismo para defender-se de predadores. Além de absorver cnidoblastos de anêmonas do mar (arpões microscópicos que ferem quem se aproxima do animal, injetando toxinas), mantendo-os intactos em seu organismo para quando for preciso se defender, os nudibrânquios também costumam lançar ácido sulfúrico nos arredores quando são ameaçados.

Com isto, alguns nudibrânquios podem acumular tanto veneno ao longo da vida que se tornam altamente letais.

O que chama mesmo a atenção nestes animais são suas formas e cores. Alguns são minúsculos, outros conseguem atingir algumas dezenas de centímetros em tamanho. Embora muitos vivam em corais, nadando entre rochas e devorando anêmonas (de onde retiram suas armas de defesa), há algumas espécies que vagam pelo oceano nadando entre as correntes.

Não chegam a ser ameaças críticas, como as temidas caravelas, ou as águas vivas com seus tentáculos urticantes, mas podem machucar bastante algum desavisado que se meter com eles. Isto porque as lesmas usam exatamente os mesmos cnidoblastos existentes nos tentáculos das caravelas e águas vivas. A diferença é que os nudibrânquios não desenvolvem naturalmente estes componentes.

Os mini monstros coloridos são hermafroditas. Ou seja: possuem os dois sexos ao mesmo tempo. A reprodução se dá com troca de esperma entre dois da mesma espécie. Ambos engravidam, um do outro, nesta relação.

Os ovos depositados por eles formam longas cadeias que criam formas também impressionantes. Algumas são enroladas em fitas de modo a gerar imagens semelhantes a rosas sobre rochas.

Poucas espécies podem ser úteis ao homem. Certas tribos indígenas em ilhas da extinta União Soviética, chegam a comer alguns destes bichinhos. A "Lebre do Mar", um dos maiores exemplares de nudibrânquio, tem servido para algumas pesquisas neurológicas. Além de possuir células nervosas gigantescas (neurônios da Lebre do Mar atingem quase um milímetro de diâmetro), elas tem reações distintas quando expostas ao perigo que se assemelham a reações ordenadas quimicamente em nosso cérebro de forma automática.

Na natureza estas lesmas convivem bem com outras espécies. Mesmo sem ter predadores naturais muito eficientes contra suas defesas, elas se apresentam bem integradas ao meio ambiente onde vivem, sem causar estragos descontrolados. São bichinhos esquisitos, mas bem legais.
A Lebre do Mar, usada em pesquisas científicas por possuir células nervosas gigantescas
Ovos de nudibrânquios enfileirados numa fita formando o que nos faz lembrar uma rosa
Outra formação interessante com ovos de nudibrânquios
O show de cores dos nudibrânquios ajudam a ornamentar os corais
Em alguns casos, as cores se mesclam com o plano de fundo dos corais. Sem deixar de exibir o aviso para predadores: "não se metam comigo"
O pequenino dragão azul nada próximo à superfície.
Ovos sendo preparados para serem depositados

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