É dia, fim de tarde. No céu está um astro prateado, destacando-se em meio ao tom pálido de azul, já caindo para o alaranjado, do entardecer. Fixo o olhar na imensa esfera sobre a Baia da Guanabara: -- Que legal! Está suspensa no céu.
Pouco me importa o cenário ao meu alcance, meu pai às vezes me leva lá, naquelas praias. Eu já subi de bondinho alguns morros e estive em vários lugares por onde alcança minha vista. Mas aquela esfera em tons cinza e brilho prateado... Ah, aquela sim deve ser bacana de conhecer.
Alguém foi até lá? Será que alguém pode me dizer como é andar por lá?
Anoitece. As luzes da cidade se acendem, os silvos dos jatos em aproximação com o Galeão são acompanhados por luzes piscantes que cortam o firmamento onde ela, a brilhante esfera, ainda caminha.
-- Quem sabe, numa destas máquinas barulhentas, alguém possa ir lá? Sim, estas máquinas voam, e aquela esfera está lá no céu. Então é possível ir lá. Se é possível, alguém deve ter ido lá. Preciso saber quem foi lá...
Dias depois, eu enchia a paciência do meu pai por livros. Aos 4, ou 5 anos de idade, não sabia ler; mas pouco me importava com este detalhe. Queria saber mais sobre tudo o que estava ao longe. O que havia depois daquele mar, no céu onde transitavam as luzes piscantes dos jatos, as estrelas e a Lua (descobri o nome da esfera). Eu sabia que nos livros existiam imagens em detalhes, já tinha visto algumas em algum lugar. Queria os livros, as imagens e pedia para lerem para mim as explicações para todas as maravilhas que eu presenciava da minha janela.
Eu estava fazendo as maiores descobertas da minha vida naquele período.
E desde então aprendi a respeitar quem teve coragem para seguir em busca de descobertas e conquistas que me dessem respostas para tudo o que me encanta neste universo ao longo do curso de minha vida.

Neil Armstrong, astronauta na missão Apolo 11, primeiro homem a tocar a face da Lua.
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