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As maravilhosas dicas para quem está afim de um emprego

Escrito por William Santos | sábado, 17 de março de 2012 | 17:52

O cara dá uma ralada boa em busca de ingressar numa carreira profissional. Se qualifica, se dedica (a troco de mixaria? Mas focado no crescimento profissional) e vez por outra tem que fazer aquelas coisinhas básicas para que o mercado profissional o perceba ali.

É comum que estas coisas ocorram numa fase um tanto quanto imatura do sujeito. E ai vem a ideia de recorrer aos manuais mágicos de como elaborar isto e como causar boa impressão naquele momento chave, etc.

São manuais para elaborar um bom currículo, para se comportar numa entrevista de emprego, para pedir aumento de salário. Conselhos, dicas e até truques aparecem aos montes. Você compraria uma porrada de apostilas e livros, leria todos, se não tivesse a web (e o Google). Mas já que nos dão de graça estas -- encheções de linguiça -- coisas nos sites de variedades, a gente vai lá e lê, afinal não custa nada.

Considere que você é bom no que faz, se dedica à sua carreira de forma incondicional. Nasceu pra ser o que é, e não abre mão. Óbvio que você se destaca, afinal absorve o conhecimento necessário atraindo-o como um forte imã. Diferente de um profissional forjado, que tá ingressando em uma "carreira do momento" e não tem nenhuma intimidade com o negócio.

Então você vê uma oportunidade surgir numa empresa qualquer. Vai lá, escreve um currículo, manda e alguns dias depois eles te chamam. O recursos humanos da empresa, educadamente, lhe envia o convite a comparece a uma entrevista de emprego. Eles querem saber se você é realmente tudo o que parece ser no currículo. Talvez te contratem, talvez não, mas querem dar uma olhada de perto naquele profissional que se apresenta. Se você for realmente bom, se a empresa realmente merecer sua colaboração em seu quadro funcional, então o casamento será perfeito. São coisas naturais. Bons profissionais e boas empresas se juntam em algum momento, por inúmeros motivos. Nem preciso me estender muito para dizer que sendo um ótimo profissional você se destacará em qualquer lugar que esteja. Não importa o quanto ganhe, as limitações da empresa (na verdade importa, mas não atrapalha tanto quanto parece) e estas coisas não passarão em branco por muito tempo.

Mas, convenhamos, na hora de fazer um currículo o sujeito fica nervoso. O que escrever, como escrever e o que não escrever? Acostumados a ter regras para tudo, a gente entra em paranoias até nestes momentos. No geral basta ser sucinto. Apresentar o que tem, dizer o que é relevante e deixar algumas coisas para, se vier a ocorrer o interesse da empresa, ser revelado em entrevista. E na entrevista, o que fazer? Responder as perguntas, óras. Apenas isto.

Esse papo de que você tem que se vestir de uma forma tal, usar vocabulário tal e se comportar feito o Mr. Bean tentando impressionar alguém é bobagem. Eu acho que quem lê estas 'dicas' acaba tão preocupado em segui-las que esquece de expor suas competências profissionais diante do entrevistador. Ninguém é ator profissional para encarnar um personagem perfeito e enrolar o entrevistador. Ser natural é a melhor forma de se dar bem. E se não acontecer, se não for contratado por não passar na entrevista? Há duas enormes verdades a serem postas: 1 - apareceu alguém melhor do que você. E no mercado profissional é assim mesmo. Sempre tem gente preparada disputando espaço. Mas não se enforque (ainda), é tudo um aprendizado, "volte mais tarde" ou: prepare-se profissionalmente e esteja no topo do que há de melhor em sua área. Hã, você já se mata e não consegue ser o top dos tops? Tá na carreira errada, para de perder tempo ai. Não adianta bater cabeça com o que não é sua área, vai acabar frustrado de todo o jeito. Se você se delicia com o que faz, então sem muito esforço você chega ao topo, domina tudo e escolhe onde trabalhar. Simples assim (sem paranoias de como fazer currículo e passar em entrevistas). 2 - Algo está fora do eixo. Pode acontecer de a empresa não ser o ambiente perfeito para você. Acredite, às vezes você tira a sorte grande ao não ser contratado por uma empresa onde não te caberia, ou onde você iria perder anos de sua vida sem nenhum crescimento profissional, ou acabaria aproveitado em departamentos longe de sua área. Melhor assim, volte pra casa e tenta a próxima.

No mais: vale o bom senso. Se você não tem bom senso, não adianta fingir que tem pra impressionar entrevistador. A entrevista é um momento em que você também avalia a empresa. Por exemplo: há uma modinha de empresas que agora estão fuçando perfis pessoais em redes sociais dos candidatos a uma vaga. É uma invasão de privacidade que não diz muito sobre o perfil profissional de alguém. Isto significa que algumas empresas estão indo longe demais em futilidades, ao invés de buscar trabalhos seus e avalia-los. Não consigo entender como uma empresa destas possa ser interessante para profissionais como eu. É o tipo de perfil de empresa onde fofoca é o motor principal das relações (nada profissionais). Se desde o RH os caras querem saber pra que equipe da Formula 1 eu torço e qual meu programa de TV favorito, enquanto se lixam para meus projetos desenvolvidos e minha ampla lista de conhecimentos adquiridos a ferro e fogo, então eles que procurem nos top lists de perfis populares do Orkut os empregados perfeitos, ou no Twitter aqueles perfis que seguem o que interessa para a empresa (embora não sejam exatamente exemplos de profissionais, devem agradar bastante a turma -- genial -- de fuçadores do RH).

Se algo na entrevista não lhe agrada, ofereça um aperto de mão gentil ao entrevistador e informe que você não está interessado. Mas nem pensar em fazer isto para causar impressão (eu já falei sobre ter bom senso?)

Às vezes eu penso que certos funcionários de RH se consideram semi deuses, e adoram ver gente desesperada por empregos aos seus pés, agindo como bichinhos adestrados. E boa parte destas 'cartilhas de comportamentos' -- bizarros, muitas vezes -- com dicas para entrevistados são elaboradas por eles. Estes caras devem enviar estas coisas para as publicações e depois se reúnem para dar risada dos bobos que caem na conversa fiada e vem fazendo todos os tipos sugeridos nas dicas dadas em suas entrevistas.

Bom, enfim, eu estou trabalhando na confecção de um currículo profissional permanente online. Ainda não tive tempo de completá-lo, e não é nada pretensioso (por enquanto). Daqui a alguns anos ele será anexado aos meus cartões de visitas, como um plus dos dados contidos ali. Na prática, cada cartão de visitas terá uma conexão com o currículo profissional, caso alguém queira saber mais sobre minha formação, atuação e conhecimentos. É diferente do que normalmente se faz, indo até a 'portaria da firma' e entregando o envelope pro porteiro 'aos cuidados do RH', com umas folhinhas contendo o currículo em busca de uma vaga -- anunciada ou não -- pois não estou exatamente me oferecendo a um cargo ou emprego. Caso, acidentalmente, meu cartão caia nas mãos certas, e alguém se interesse por ver o currículo e encontrar ali o que julgue ser interessante, então eu vou lá bater um papo, numa entrevista honesta e sincera. Se eu e a empresa formos feitos um para o outro, casaremos de papel passado e faremos uma grande carreira de sucesso. Caso contrário, eu continuarei fazendo o meu melhor por onde estiver. Evidente que, surgindo uma oportunidade, o método tradicional será colocado em prática (imprimir o que for relevante e levar na portaria da empresa).

Em meu ramo de atividade, inovação é mais do que uma palavrinha bonitinha na boca de um candidato a qualquer coisa. Tem que ser testada, posta em prática e mostrada. O currículo já é fruto da minha capacidade profissional, minha capacidade de apostar em inovações. Eu não aconselho nada a ninguém, pois não sou especialista em coisa alguma, mas convido a refletir um pouco sobre as regrinhas de comportamento e elaboração de currículo que nivela todos num mesmo patamar na hora de procurar emprego.
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