Por Mais Atraente Que Seja a Teoria da Conspiração
Escrito por William Santos | sexta-feira, 20 de janeiro de 2017 | 11:41
Na boa, se essa ideia de que aviões que caem em aproximação podem ter sido sabotados, então temos sabotadores nada espertos. O pior momento pra encobrir um crime de sabotagem aérea deve ser no curso de aproximação, quando geralmente as aeronaves estão em contato por rádio com controladores ou sob cobertura de radares, voando baixo com a possibilidade de serem acompanhadas por testemunhas em solo, etc. o que ajuda um bocado nas investigações, mesmo quando não há registros de caixas pretas.
Se algum sabotador quer realmente cometer um crime perfeito, dá um jeito de derrubar a aeronave durante a fase de voo de cruzeiro, numa área remota, longe de eventuais testemunhas oculares da queda inclusive. Como ocorrem na maioria dos casos de atentados. Ainda mais se a aeronave não é equipada com caixas pretas. Msm assim, dificultar a investigação não significa impedir que elas ocorram. No fim, sempre surgem os indícios do crime.
No momento só lembro de um único atentado contra um voo que culminou na queda da aeronave próximo ao instante de aproximação, que foi aquele do Egypt Air 804 no ano passado, mas tô com preguiça de pesquisar detalhes. De qualquer forma, parece que alguém a bordo teria provocado os eventos que levaram a queda, e não teria sido uma sabotagem da aeronave antes da partida por exemplo (corrijam, por favor, isto nos comentários?).
Sabotadores a Bordo
Para as teorias da conspiração sobre os casos do Campos e do Teori fazerem algum sentido, tem que considerar que alguém a bordo possa ter, de alguma forma, jogado as aeronaves no chão. E, diga-se, escolheu o momento mais inadequado pra fazer isso. Até porque, mesmo em casos assim conhecidos, as coisas costumam ocorrer em pleno voo de cruzeiro. O PSA 1771, em 1987 e o Germanwings 9525, em 2015 são exemplos disso.
Ministro do Interior do México
Já casos de acidentes envolvendo autoridades em que aeronaves caem momentos antes da aproximação por conta de falhas da tripulação não são tão incomuns. Um dos mais conhecidos é o do Ministro do Interior mexicano, Juan Camilo, ocorrido em 2008. O jatinho também caiu sobre uma área urbana, atingindo prédios e ferindo pessoas em solo, de forma bem semelhante ao ocorrido com Eduardo Campos.
Comitiva Presidencial da Polônia
Outro caso ainda mais grave que dizimou quase todos os membros do poder na Polônia ocorreu durante uma aproximação para o pouso em 2010 (A imagem do cenário da tragédia ilustra este post inclusive). Era evidente que o piloto tentava uma aproximação muito arriscada ao aeroporto o que culminou no desastre, sendo assim, mais uma vez erro da tripulação.
Suspeito Sim, Mas Cedo Demais Pra Conclusões
Claro que o caso recente, com um ministro do Supremo que cuidava da relatoria de uma operação histórica para o país, levantando dados sobre crimes de corrupção e expondo figuras importantes da república, além de enviar gente poderosa para a cadeia, gera uma enorme suspeita. Mas não é tão fácil assim considerar que uma sabotagem na aeronave culminasse em sua queda durante o curso de aproximação, como ocorreu. De qualquer forma, é preciso aguardar que as investigações esclareçam os fatos.
Segurança Aérea
Já há um tempo venho acompanhando, por meio de redes sociais, em grupos relacionados a aviação, o espanto de algumas pessoas com tantos casos de acidentes envolvendo aeronaves particulares no Brasil. Não tenho dados precisos pra fazer comparativos e tirar qualquer conclusão sobre isso. Pode ser apenas impressão de algumas pessoas e pode ser que estas impressões estejam um tanto exageradas por conta do acesso amplo a notícias sobre tais acidentes. Mas é um fato a ser considerado e uma questão bem relevante pode ser levantada a partir dai, principalmente com autoridades e celebridades se tornando vítimas de acidentes e incidentes constantemente, o que amplia a cobertura e o acompanhamento por parte da opinião pública: Será que nosso país está cuidando da segurança aérea como deveria? No caso da aviação comercial, parece que sim, as coisas estão em ordem. Já na aviação privada, não sei se o que vemos é tão normal.
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