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Depois De Mais Um Incidente, Companhias Decidem Interromper Voos Com o Novo Boeing 787

Escrito por William Santos | quarta-feira, 16 de janeiro de 2013 | 12:54

A Boeing está diante de uma séria crise mesmo. Há poucos dias um incêndio a bordo de um 787 da companhia aérea JAL (Japan Air Lines), seguida por um outro incidente dois dias depois, quando houve o vazamento de combustível de outra aeronave da mesma companhia, ocasionou uma reação do FAA, agência do governo norte americano responsável pela aviação civil, obrigando a fabricante a revisar seu novo modelo de avião comercial. Agora, na manhã desta quarta feira, um Boeing 787 de outra companhia aérea japonesa, desta vez a ANA, realizou um pouso de emergência no aeroporto de Yamaguchi Ube, no Japão.

Assim que decolou o voo da All Nippon Airways teve que fazer meia volta a retornar ao solo pois alarmes de incêndio a bordo soaram dentro da cabine. Ao mesmo tempo os pilotos da companhia aérea perceberam um cheiro de fumaça, comprovando que algo realmente estava errado.

No solo, pelo que foi noticiado até o momento, não foi detectado nenhum incêndio, como ocorreu no caso do voo da JAL no aeroporto de Boston, nos EUA, dias atrás. Mas o incidente desta manhã no Japão foi o bastante para que as duas maiores companhias aéreas japonesas decidissem que nenhum outro Boeing 787 de sua frota irá decolar mais. Pelo menos até que tudo seja esclarecido e resolvido, todos eles ficarão no solo. Ao todo são 24 Boeings 787 operando pelas duas companhias aéreas, sendo 7 deles da Japan Air Lines e outros 17 da All Nippon Airways.

Aeronave da JAL em Boston. Incêndio em solo causado
por pane no sistema elétrico. Dois dias depois outra
aeronave do mesmo modelo, na mesma companhia aérea
teve que abortar a decolagem por conta de um vazamento
de combustível.
A All Nippon Airways foi a primeira companhia a receber o novo modelo da Boeing e exibe isto orgulhosamente estampando a numeração do modelo com grande destaque na fuselagem das aeronaves. Não é para menos, pois o Boeing 787 é considerado como a aeronave mais moderna já lançada pela tradicional Boeing. Com sistemas computadorizados de última geração e recursos idênticos aos usados em aviões de caça modernos, o modelo que a Boeing lançou finalmente em 2011 -- com um certo atraso -- deu início a uma nova geração de aeronaves comerciais a serem construídas pela fabricante norte americana. No entanto, mesmo com toda tecnologia a bordo o Boeing 787 precisa passar no quesito confiabilidade para ser um sucesso. E, até aqui, a coisa está meio feia pro lado da Boeing.

Reportagem na revista Super Interessante de Agosto de 2009 sobre as
polêmicas em torno da segurança do novo Boeing.
Antes do lançamento do Boeing 787, algumas polêmicas foram levantadas sobre a forma como a Boeing estaria empregando as novas tecnologias no modelo. Desde o material que estavam adotando em sua fuselagem, um composto leve e resistente que não usa ligas metálicas e se assemelha ao plástico, até aos sistemas computadorizados a bordo, que estavam compartilhando uma rede Wi-fi entre sistemas vitais de voo e a rede de acesso público, disponível para os passageiros. A Boeing sempre afirmou que estavam corrigindo estes problemas, mas há suspeitas de que a companhia se beneficiou de uma certa bondade do governo norte americano, que teria facilitado sua aprovação no teste de fagulhas na hora de homologar seu novo avião. Embora possa não ter uma relação exata com os problemas vistos hoje, há uma coincidência entre esta mãozinha dada na hora da homologação e os problemas a bordo do 787: fumaça e fogo. Justo o teste de fagulhas foi facilitado para a Boeing ganhar homologação e agora seus clientes japoneses estão decididos a não levantar voo com os modelos enquanto não obtiverem respostas sobre a segurança contra incêndio nos novos Boeings 787.
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