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Uma Mulher na Formula 1

Escrito por William Santos | sexta-feira, 9 de agosto de 2013 | 10:43

Poucos sabem, mas a categoria máxima do automobilismo já teve mulheres pilotando. Uma das últimas a assumir o volante e ir para a pista foi Giovanna Amati, uma italiana de Roma que desde pequena era aficionada por automobilismo.

Mas como ser fã de máquinas e corridas não bastam para participar de corridas na Formula 1, é preciso ter grana, muita grana, a Giovanna só conseguiu vaga graças à conta bancária dos pais. Filha de milionários italianos, a garota chegou a ser sequestrada na infância por bandidos que cobraram um alto valor pelo resgate.

A menina era realmente louca por velocidade. Na adolescência comprou uma motocicletazinha pra passear, praticamente um "velocípede" de meras 500cc. Não tinha licença pra andar, por conta da idade, então levava seu brinquedo para as ruas de Roma à noite, tentando escapar da fiscalização. Em torno da cidade milenar, ela acelerava entre os monumentos até chamar a atenção de gente grande.

Ao chegar à Formula 3, que era um trampolim para a Formula 1 em sua época, a moça teve que lidar com o preconceito dos colegas competidores e algumas hostilidades na pista. A estratégia da Giovanna era mudar as cores do carro a cada corrida para dificultar a identificação quando aparecesse no retrovisor de alguém. O risco de ser reconhecida? Ela podia acabar fora da pista, jogada por marmanjos que não toleravam a possibilidade de serem ultrapassados por uma menina.

Por frequentar o circo da Formula 1, a garota chegou a ser vista com muita gente influente e a levantar suspeitas de romances com pilotos e chefes de equipe. Um destes, ninguém menos que Flavio Briatore, que já comandava a Beneton em 1992, quando Giovanna entrou nas pistas em três GPs a bordo de uma Brabham. Especula-se que ela também namorou Niki Lauda.

Olha a cabeleira do Hill
Na Brabham Giovanna Amati não conseguiu muita coisa. Foram três corridas onde ela realizou as sessões de classificação sem atingir o percentual mínimo necessário para a classificação pra corrida em seus tempos registrados após as voltas nas pistas. Mas não se pode avaliar o desempenho dela como um fracasso total na Formula 1. A Brabham naquela época tinha sérios problemas. Tanto que o substituto dela após os três fiascos, que viria a ser campeão mundial 4 anos mais tarde e viveria uma guerra nas pistas contra ninguém menos que Michael Schummacher, chamava-se Damon Hill. E o inglês, filho do lendário Graham Hill também não conseguiu classificar o trambolho que a Brabham tinha para a temporada de 1992.

Em 1992 a menina dividia as pistas com ninguém menos do
que estes carinhas ai na foto.
Numa das tentativas de classificar a Brabham, Giovanna correu no Brasil, pouco antes de ser substituída pelo Hill na equipe. O custo da diversão da garota na Formula teria sido ao todo de US$ 3 milhões. Giovanna Amati teria pago à Brabham pra sentar no cockpit e acelerar entre ídolos e gênios das pistas. Nada menos do que Nigel Mansel -- que viria a ser campeão naquela mesma temporada com uma Williams imbatível -- Alain Prost e Ayrton Senna.
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