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Sonda Rosetta Identifica Enormes Reservas de Oxigênio Puro em Cometa

Escrito por William Santos | quarta-feira, 28 de outubro de 2015 | 21:23

A detecção de moléculas de oxigênio puro, ou O2, em corpos celestes deveria animar aqueles que procuram por vida fora da Terra, mas quando a Sonda Rosetta encontrou uma enorme quantidade do gás escapando das entranhas de um cometa acabou por lançar mais dúvidas sobre métodos de detecção de seres vivos em outros locais, que não aqui na Terra, através da análise de gases atmosféricos em ambientes extraterrestres.

Em nosso planeta, a teoria sobre a origem do oxigênio abundante na atmosfera é dada como consequência do desenvolvimento da vida. Seres anaeróbicos teriam sido os primeiros a pulsarem vida por aqui, em seguida a evolução avançou dando origem a seres que processam, entre outras coisas, gases atmosféricos. Fruto da respiração destes, o oxigênio, que antes estava misturado a outros elementos, foi sendo separado e lançado no ar de uma Terra ainda primitiva. Um processo não muito diferente do que vemos ocorrer hoje com as plantas que absorvem gás carbônico e separa dele o oxigênio, liberando-o na atmosfera.

O oxigênio não é um elemento tão raro no universo, mas em estado puro é difícil de ser encontrado, exceto se tiver passado por um processo como o realizado por seres vivos, tal como vemos aqui no nosso pequeno paraíso, a Terra. Normalmente o elemento interage com outros, formando moléculas diversas (entre elas a da água, numa combinação com o abundante hidrogênio existente no universo).

Além disso, teorias sobre a formação do nosso Sistema Solar praticamente eliminam as chances de encontrar oxigênio puro, isolado de outros elementos em moléculas por ai. Pelo menos era assim até agora.

A Agência Espacial Européia acaba de detectar indícios de ejeção de oxigênio puro, moléculas de O2, em um cometa vagando pelo espaço. Como ele se manteve isolado no interior do corpo celeste, é ainda um mistério para os cientistas, embora teorias já comecem a surgir para tentar explicar a alta quantidade do gás escapando entre as rochas e o gelo e se lançando pelo espaço.

O elemento que emerge hoje pode ter ficado aprisionado no interior do cometa (identificado por 67P) por mais de 4 bilhões de anos. Cada molécula de oxigênio detectada pela sonda espacial Rosetta seria remanescente de um Sistema Solar em gestação e esteve aprisionada por todo este tempo, isolada de outros elementos com os quais poderia reagir, até os dias atuais.

O que impressiona os cientistas é a quantidade de oxigênio detectada de uma só vez. Isto pode alterar a forma como se busca vida no universo. Considerando que o oxigênio puro em grandes quantidades é indício de vida, já que em planetas como a Terra ele seria impossível de existir em tamanha abundância na atmosfera sem um processamento que arrancasse oxigênio de outras moléculas, então um jato de oxigênio sendo lançado por um aglomerado disforme de rochas e gelo vagando pelo Sistema Solar surge e mostra que há reservas destes elemento em estado puro que sobreviveram a toda a "turbulência pós parto" do nosso Sistema.

Sendo assim, quem poderia hoje garantir que a detecção de enormes reservas de oxigênio em um planeta distante seria a prova definitiva de que ali existe, ou já existiu, vida processando o gás?

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