Meses atrás uma imagem da tela de um dos computadores da ISS mostrava janelas de uma das distribuições Linux mais famosas e bem aceitas no mundo, o
Ubuntu. Com o desenvolvimento mantido pela
Canonical, o Ubuntu é um sistema operacional comercial, baseado em
Linux, distribuído gratuitamente. Está entre os sistemas mais confiáveis -- estável -- no mercado e dá suporte a muitas soluções em código aberto, o que possibilita ser usado como ótima alternativa ao velho
Windows da
Microsoft.
A liberdade que os softwares de código aberto proporciona aos pesquisadores os torna fundamentais em instituições como a
ESA, a Agência Espacial Europeia. E é nesta agência que trabalha o astronauta que postou a foto da tela com o Ubuntu rodando.
Veja abaixo a postagem no Google+
Tudo bem, o Ubuntu tá lá, rodando num dos painéis da ISS, com várias janelinhas abertas, mostrando gráficos e dados... Mas o que é aquilo, o que estão fazendo com o Ubuntu, qual a pesquisa?
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Alexander Gerst - Autor da postagem da foto mostrando o Ubuntu na ISS. |
Trata-se de uma pesquisa relacionada ao controle de veículos em solo remotamente. O veículo, no caso, é um pequeno jipe que perambulará pela Antártida e será monitorado e controlado do espaço. O propósito? Fazer o mesmo em outros planetas ou satélites naturais em órbita de outros mundos. Um dos lugares onde os resultados destas pesquisas deve ser aplicados com certeza é Marte. Num futuro não tão distante, uma nave orbitando o planeta vermelho talvez seja mais viável do que módulos de sobrevivência instalados no ambiente inóspito de sua superfície. (O que nos dá uma ideia do quanto Marte é casca grossa. É provável que morar na órbita do planeta seja mais interessante do que em sua superfície). Robôs desceriam até o solo marciano e astronautas em uma nave orbitando Marte os controlariam e monitorariam. Depois seria necessário apenas ligar os propulsores e pegar o rumo de casa.
Evidentemente, o Ubuntu a bordo da ISS hoje, servindo como uma ferramenta para esta pesquisa, indica que o sistema operacional da Canonical tem grandes chances de se aprofundar ainda mais nas pesquisas espaciais e chegar a outros mundos. Isto porque em pesquisas como estas, a confiabilidade do sistema é fundamental. Sendo a preferência de pesquisadores envolvidos no projeto, o Ubuntu ganha um incentivo ainda mais forte e a Canonical certamente investirá no desenvolvimento de sua distribuição Linux para torná-la ainda mais robusta e confiável.
A Agência Espacial Europeia já trabalha com softwares livres e Linux há um bom tempo. O OpenSuSE sempre foi muito popular na ESA. Liberdade é fundamental para o avanço científico, e os sistemas livres garantem que a humanidade seguirá sempre avançando nas conquistas aeroespaciais.
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